PAMONHADA PARAIBUNA
Por João Rural
A Pamonhada Paraibuna tem mais tempo de história do que
parece. Sua nova fase começou em janeiro de 2000, no sitio do seu Geraldo
Alvarenga e D. Maria Ozória, no Bairro Capim D’Angola. A pamonhada apenas
firmou o costume da família, que todos os anos chamam os amigos para fazer as
delicias do milho verde.
Mas a festança tem mais tempo. Em janeiro de 1977,
durante a festa de São Sebastião, foi feita uma pamonhada, na rua do meio, na
casa dos Calazans. E quem estava lá, na cabeça dos quitutes eram Seu Geraldo,
D. Miria e seus filhos. Naquela época seu Geraldo trabalhava profissionalmente
fazendo as pamonhas e vendendo para os bares da tamoios. No ano seguinte
aconteceu no Ginásio Cel. Eduardo. Em 1979, quando criamos o projeto da FAPAP,
Feira Agropecuária do Alto-Paraíba, denominamos o evento como Festa do Milho.
Na primeira estavam lá Seu Geraldo e Dona Maria. Nos anos seguintes ainda
aconteceram algumas festas autênticas, nos moldes criados na I Fapap. Mas, aos
poucos mudaram tudo e a idéia original ficou parada. Em 1993, durante a Fapap,
sendo realizada no Recinto de Exposições, estava comandando o Setor de Turismo
da Prefeitura, voltamos novamente ao sistema típico, mas também não vingou nos
anos seguintes.
Em 2000, voltamos à Paraibuna e fomos resgatar a
tradição, com o evento sendo realizado no Sítio do Seu Geraldo, Dona Maria e a
filha Zélia no comando dos quitutes. No ano seguinte resolvemos levar a festa
de volta pra cidade. Procuramos a Roseli, na época presidente do Lar Vicentino
e a parceria foi aceita, e a primeira festa desta fase aconteceu no carnaval em
2001, na Cozinha Caipira. A partir de então o evento se consolidou como um dos
mais importantes encontros da gastronomia do Vale do Paraíba, continuando a ser
realizada pelo Lar Vicentino de Paraibuna, para onde vai toda a renda.
RITO DA PAMONHADA
A própria colheita do milho verde, tem uma tradição no
meio rural,como a primeira festa para comemorar a boa produção. Muitas famílias se reúnem,
ainda ate hoje, em torno da pamonhada, sempre convidando os vizinhos. As
pessoas se dividem em grupos para agilizar os trabalhos. Um grupo vai para a
colheita escolher as espigas no ponto certo, isto é, “granadas”, depois todos
se juntam para descascar e limpar as espigas. Outro grupo cuida de cortar as
folhas de caeté e colocar de molho. O trabalho duro de ralar as espigas, e raspar
os sabugos. Uma pessoa prática adoça e enche as folhas, amarrando com pedaços
de palha. No final o serviço do tacheiro, que numa água bem fervente, coloca as
pamonhas, e cobre com os sabugos, para dar peso. Ali fica cozinhando por cerca
de 40 minutos. Ao final, todos comem com um bom café e separam algumas para
levar pra casa.
DICAS
As folhas começam a ficar amareladas. O cabelo da espiga
esta secando. Quando sai na mão, com um puxão leve, abre-se um pedaço de palha,
e um aperto no grão do milho vai confirmar o ponto. Se o leite do milho
espirrar, esta no ponto, “ta granado”, como dizem os caipiras.
O milho, é um dos
alimentos que tem fermentação rápida. Por isso após o manuseio de preparação, o
consumo tem que ser imediato. Mesmo na geladeira, o produto tende a fermentar
provocando azedamento..
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