segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dia 23 de junho, foi dia de cumê divagarinho, em Paraibuna.



Dia 23 de junho, foi dia de cumê divagarinho, em Paraibuna. João Rural, do Instituto Chão Caipira, recebeu excursão do Sesc São josé dos Campos, pra um almoço típico. O encontro foi em volta do fogão à lenha , no Rancho da Fartura, do Messias Rodolfo, onde 50 pessoas passaram o dia, fazendo e saboreando delícias caipiras. No cardápio bolinho de polvilho, torresmo, polenta doce, feijão com mandioca, frango com mangarito, carne com pinhão, arroz com urucum, arroz com suã, costelinha ao molho de cambuci, e o tradicional fogado, feito como antigamente. A cozinha foi comandada também pela Dona Lourdes, o Messias Rodolfo e as novas cozinheiras caipiras, Maryhellen e a Rahyza, que estreou seu lado panela, pilotando o fogão à lenha.

No final teve abóbora madura com melado e mandioca com ledao, além de todos levarem uma espiga de milho e uma rapadurinha do Jotinha. E, lógico, teve muita conversa EM VOLTA do fogão, troca de receitas, que é a proposta do projeto Cumê Divagarinho.

O instituto Chão Caipira vai continuar a realizar esse tipo de encontro e se você gostar da boa comida, cumê divagarinho e uma boa prosa, entre em contato para se cadastrar como futuro comedô divagarinho.


Raíssa João Rural e Mary 

Raíssa João Rural e Mary 

João explica Os matos 

servindo no fogão a lenha 

Parece que não foi "divagarinho" 



Sucesso da Abobora com melado

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O bolinho caipira tem mãe


Moqueca Indígena


A história mais próxima da origem do bolinho caipira é o bolinho de lambari, ainda presente em algumas residências do Vale do Paraíba. Em livro de 1928, encontramos uma receita dessa iguaria (veja ao lado).
Mas esse bolinho nasceu assim ou já era uma transformação das comidas antigas?
Pesquisando sobre o assunto e, principalmente, juntando informações aqui e ali, chegamos à pesquisa sobre a famosa moqueca indígena. Conhecida entre eles como pó-kêka. Pois bem, a moqueca é um enrolado de folhas que pode levar peixes, carnes ou outra coisa, e assado no moquém ou, até mesmo, no borralho - as cinzas do fogão, das trempes, moquéns e fogão a lenha. É sabido por depoimentos orais que, num certo tempo, foi acrescido a esses produtos um pirão de farinha de milho ou mandioca, em ponto grosso.
Existe ainda hoje em Caçapava, a moqueca de galinha, enrolada em folhas de caetês e assadas em forno ou na chapa.
Tem também na região bolinho caipira em que a carne é misturada no pirão de farinha e não colocada como recheio. Partindo dessas constatações, podemos sugerir o seguinte caminho para as transformações, até chegar ao bolinho caipira. Isso tudo num tempo de pelo menos 400 anos.
1-A moqueca indígena, que tinha somente pedaços de peixe, carne etc., embrulhados em folhas e assados no moquém;
2- A entrada do fubá ou farinha como um pirão, misturado com essas iguarias e ainda enrolados em folha de caetê, levados ao moquém ou assados na chapa ou no borralho;
3-A saída do peixe, de dentro do bolinho, e aí fritados e não mais assados; e
4- A entrada das carnes, primeiro a linguiça de porco, depois o frango e finalmente a carne de boi moída, como recheio ou misturada na massa (lembra a moqueca em caetê).
Finalizando, o bolinho pode ter raízes indígenas na sua formação, mas não pode ser uma comida indígena, pois os silvícolas não misturavam os ingredientes e também não fritavam nada.



Moqueca de Galinha

Bolinho de Lambarí




Bolinho caipira 





bolinhos de lambari

Limpe lambaris pequenos, lave bem e coloque ao sol pra secar até sumir toda a água. Coloque um litro de farinha de milho branca, peneirada, em uma tigela grande. Adicione cheiros-verdes bem picados, sal e coentro picadinho. Faça um refogado com  alho amassado, cebolinha picada, sal e pimenta. Junte um litro de água e deixe ferver. Escalde com este molho a farinha que já está misturada com os cheiros, mexa bem com uma colher, deixe esfriar e misture cinco ovos inteiros e uma colher bem cheia de farinha de mandioca peneirada. No momento de frigir, tire com uma colher um pouco de massa, coloque o lambari no meio dela, enrole bem e frite em gordura quente.


Cutuque aqui e veja videos de receitas.