segunda-feira, 11 de março de 2013

Festa popular de Paraibuna é exemplo


As festas voltaram
A volta das festas populares em Paraibuna tem vários fatores que alavancaram o setor. No período de 1950 a 1974, a população rural de Paraibuna foi praticamente tocada de suas terras pra construção das represas. Muita gente que conseguiu ficar no que sobrou, foi trabalhar nas obras, perdendo o tempo precioso de lazer familiar. Era trabalho 24 hrs por dia, pois as obras não podiam parar.
Assim muita gente foi deixando de ter tempo pra participar das atividades sociais dos bairros rurais, como festas, conferências e encontros familiares.
As festas religiosas foram então diminuindo de intensidade e até mesmo acabando em alguns bairros.  Essa pesquisa foi feita por mim no período de 1975 a 1976, como trabalho de faculdade. Em 1977, quando assumiu a Prefeitura Joaquim Rico ele me chamou, juntamente com o Seu Déia e Rubinho da Padaria, pra formarmos o que seria a primeira Comissão Municipal de Turismo.  Ao mesmo tempo, assumi a Diretoria de Educação e Cultura do município, que sequer ainda tinha setor de Turismo. Mas fomos trabalhando com cultura como produto turístico da cidade. 
O primeiro passo foi revitalizar as festas religiosas, em comum acordo com o pároco da época, Pe. Antonio e como complemento criando para cada uma, uma nova atração. A primeira festa a ser trabalhada foi a de São Sebastião, em janeiro. Juntamente com Gilberto Raimundo, foi feita uma pequena mostra de animais no campo de futebol e até rodeio. E leilão de animais. Ideia que um ano depois virou a Fapap e Festa do Milho, que foi extinta.  Na sequência a Festa de São  Benedito, que até então terminava na Igreja matriz. Invertemos, com a festa começando na Matriz, de onde saia a imagem do santo para a Vila Modesto, onde tudo acontecia, incluindo ai a criação de uma Feira do Artesanato, que já não existe mais.
Na Festa do Divino, foi discutida a sua realização no Bairro do Espírito Santo, onde os festeiros Agenor Nunes e Fia, aceitaram. Entramos com o apoio da prefeitura, com a limpeza do pátio, cessão do prédio da escola pra o baile arrasta-pé, a contratação de uma banda de Caraguatatuba e revitalização do Grupo de Moçambique que estava todo disperso e somente com alguns elementos. Foi comprado um uniforme pra todos. Nesta festa criamos a distribuição de doces que, no primeiro ano, acabou sendo feito por senhoras da cidade. O Déia cedia sua perua veraneio e a levava todos os dias cheia de mulheres pra preparação dos doces. No ano seguinte a comunidade tocou a festa sozinha.  No Corpus Christi apoiou-se as decorações das ruas com o transporte de flores, matos e materiais necessários.  Veio a Festa de Santo Antonio e mais novidades foram implantadas, como a volta do costume de servir o fogado, que estava parada. Criou-se aí mais atrações culturais, como shows de viola e até o surgimento dos bailes arrasta-pé, no casarão da Praça da Matriz. Até então, dia 12 de junho a noite era comemorado com baile social no Clube.
As Festas Juninas foram pra ruas, saindo dos muros do Grupo Escolar, onde acontecia. Na semana do folclore criamos o Festival de Brincadeiras, com brincadeiras típicas e lendas. No Natal teve início a realização do presépio, ainda com figuras compradas e a criação do Natal das Crianças, com distribuição de presentes.
Em janeiro de 78, foi a finalização de todo o projeto, com a criação da Fapap, que aconteceu no local onde está o Centro Comunitário e Escola irmã Zoe.

João Rural 

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